Catarina, foi de
tradicional família do Desterro: filha de José Silveira
de Sousa e de Caetana Xavier Pacheco Silveira, era sobrinha do
jurista e político de renome nacional, Conselheiro João
Silveira de Sousa.
Delminda estudou
francês, latim, português e, aperfeiçoando-se
nessas línguas, tornou-se professora de português
e francês no Colégio Coração de Jesus,
escola tradicional católica, freqüentada pelas filhas
das famílias mais burguesas da cidade. Delminda Silveira
permaneceu solteira e lecionou até idade avançada.
Delminda escreveu
poesias e crônicas. Foi assídua colaboradora de A
Mensageira, revista dirigida por Presciliana Duarte de Almeida,
onde publicou muitos poemas - sob o pseudônimo Brasília
Silva - e textos em prosa, desde o sexto número, datado
de 1887.
Foi profundamente
religiosa e essa religiosidade transparece em todos os seus poemas.
O fato de ter colaborado intensamente com uma revista feminista
mostra que, apesar de sua ideologia conservadora, ela não
escapou ao espírito do tempo e também refletiu sobre
uma das questões mais candentes do século que se
iniciava: a mulher e seus direitos.
O primeiro livro
de Delminda, Lises e martírios (1908), reúne
poemas, crônicas e pequenos contos publicados na imprensa
antes da virada do século. É um livro voltado aos
sentimentos de amor, saudade e dores íntimas e foi a publicação
mais importante de Delminda, compondo-se de 352 páginas
e apresentando duas divisões: "Poesia" e "Prosa".
Dentro da parte "Poesia" encontram-se ainda subdivisões
como ‘Poesias sacras’, ‘Lutuosas’ e ‘Chrisântemos’. A segunda
parte, "Prosa", apresenta duas secções
‘Folhas soltas’ com 21 crônicas e ‘Contos de um instante’.
Algumas das crônicas de ‘Folhas soltas’ tendem ao poema
em prosa. Os contos são todos de amor, amor e morte, e
a maior parte deles se passa em lugares e épocas distantes,
com um leve tom exótico.
O segundo livro é
Cancioneiro (1914), uma "coleção de
hinos e poesias comemorativas das principais datas nacionais;
fábulas, diálogos e poesias diversas para recitar;
poesias dedicadas aos mais notáveis catarinenses extintos".
O terceiro livro é todo voltado para o religioso, uma via-sacra
em versos. Indeléveis versos, que circula desde
1989, em edição póstuma, foi patrocinado
pela Editora da UFSC e teve sua introdução assinada
por Lauro Junkes.
Delminda foi convidada
para entrar na Academia Catarinense de Letras aos 77 anos de idade,
já com muitas publicações, ocupando o segundo
lugar da primeira cadeira feminina da Academia.
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