Verbete organizado
por:

Constância Lima Duarte e Diva Cunha

 



Ana Lima Pimentel


Textos:

Rimas Alegres

Dorme minha alma sorrindo

Da esperança no regaço,

E sonha que estão fugindo

Pelo doce azul do espaço
Suas crenças perfumosas,

Como pétalas de rosas.

Não vês dos sonhos na calma

Desabrocharem meus versos?

Eles são as flores da alma

Da lira sutis dispersos!

Quero embalar-te os ouvidos,

Nestes harpejos queridos!

Nunca sofri dissabores,

Não sei se existe amargura,

Passo uma vida de flores,

De moça a vida mais pura.

Me alente o canto das rimas...

Com teu sorriso me animas.

Leio o futuro ridente

Na cor dos olhares teu!

E sei dizer, docemente,

Todos os dias: meu Deus!

Fazei permanente a origem

Dos róseos sonhos da virgem ...

Cerca-me o zelo paterno,

Tenho as maternas carícias,

Do lar ao aconchego terno

Canto venturas, delícias!

São tão formosos e tantos,

De minha vida os encantos...

Creio nas louras quimeras

Filhas diletas do amor;

Minhas gentis primaveras

Da adolescência na flor,

Não me mentem enganosas,

Sim, me sorriem ditosas!

Estas estrofes singelas

Não pensem ser ilusão,

São elas todas estrelas

Do céu do meu coração.

Primor que a vida matiza

E o meu viver sintetiza.

 

Página Íntima

Não pense, minha flor, que o triste pranto,

Que ora desprende o meu olhar sentido,

Vá magoar o afeto estremecido

Que me inspirou teu virginal encanto.

Se agora eu fujo ao teu olhar querido,

Cheio de luz, de intérmino quebranto,

Eu sinto da alma num pequeno canto

Teu doce amor ao meu amor unido ...

Quebrou-se o fio dos meus sonhos belos

E caíram no manto cetinoso

Dos anéis aromais de teus cabelos.

Guarde em teu seio o meu gentil desejo,

Faz do meu canto um madrigal formoso,

E em cada verso deposita um beijo.