Sonhei
que era feliz e era amada
Que
ao lado dos meus pais, tranqüilamente,
Passava
a minha vida sorridente,
Sem
nunca pela dor ser perturbada.
Nessa
doce ilusão sendo embalada,
Áureos
castelos levantei na mente.
E
por linda visão aurifulgente,
Era
ao céu da Ventura arrebatada.
Porém
ao despertar do grato sonho,
Ao
ver o meu presente tão tristonho,
Tão
negro como fora o meu passado,
Quisera
viver sempre adormecida
Deste
mundo e de todos esquecida
Ou
ao menos, meu Deus, não ter sonhado.
(Assu,
1903)