Bárbara
Heliodora
Vida:
Bárbara
Heliodora, cujo nome completo era Bárbara Heliodora Guilhermina
da Silveira. Teria nascido em fins de 1758, na cidade de São
João del Rei, sendo seus pais o Dr. José da Silveira
e Sousa e D. Maria Josefa Bueno da Cunha. Para alguns estudiosos,
era descendente de uma das famílias paulistas mais ilustres:
a de Amador Bueno, o Aclamado.
Alvarenga
Peixoto e Bárbara Heliodora viveram juntos por algum tempo,
só se casaram, por portaria do bispo de Mariana, de 22
de dezembro de 1781, quando Maria Ifigênia, filha do casal,
já contava três anos de idade. Desta união
nasceram quatro filhos.
A
poetisa viveu entre a Vila de Campanha da Princesa e a de São
Gonçalo de Sapucaí. O capitão de
mar e guerra Alberto C. Rocha, no artigo publicado (sob as iniciais
A.C.R.) em 11-10-1931, em A Opinião de S. Gonçalo
do Sapucaí, explica as razões da decretação
da demência de Bárbara: com o propósito de
se livrar da ameaça de seqüestro e execução,
ela "vendeu", por escritura de 27-7-1809, os bens que
ainda lhe restavam ao seu filho José Eleutério de
Alvarenga. Ora, tal manobra, ao que parece, prejudicava a Fazenda
Real; para que fosse anulada a citada escritura, Heliodora foi
declarada demente.
A produção literária de Bárbara Heliodora
é bastante reduzida e controvertida. A ela são atribuídos
os poemas "Conselhos a meus filhos" e um soneto dedicado
a Maria Ifigênia, mas nem todos os estudiosos são
unânimes nesta atribuição.
Segundo
ainda Rodrigues Lapa, Bárbara não teria cultura
literária, pois, caso a tivesse, não deixaria escapar
de "sua meação" os livros do marido, além
disso não há em suas cartas qualquer menção
literária, nem mesmo pedido de livros. Para este estudioso
o soneto a Maria Ifigênia é de Alvarenga Peixoto
e as "Sextilhas a meus filhos", de João Evangelista
de Alvarenga, como se pode ler no artigo "A história,
os 'estoriadores' e o caso de Bárbara Heliodora",
publicado no Suplemento Literário do Minas Gerais
de 9 de agosto de 1969.
Um
fato nos chamou a atenção quando nos detivemos para
estudar esta poetisa: a imensa bibliografia sobre ela. Tendo ela
produzido, na melhor das hipóteses, apenas duas peças
literárias, é interessante que a crítica
se detivesse em escrever tanto sobre essa mulher.
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