Verbete organizado
por:

Zahidé L. Muzart

 



Joaquina Meneses de Lacerda

 

Vida:

Joaquina Júlia Navarro da Cunha Meneses de Lacerda (Bahia, 4/12/1842 - ?) escrevia, pintava e se dedicava à música. Filha do Coronel José Félix da Cunha Meneses e de Joaquina Navarro da Cunha Meneses, Barão e Baronesa do Rio Vermelho, foi irmã do doutor em Medicina José Félix da Cunha Meneses, que publicou livros e artigos de sua especialidade. De família nobre, cresceu cercada de cuidados e com primorosa educação. Joaquina Júlia casou-se com o Comendador Antônio de Lacerda, o qual já era viúvo. Também ela ficou viúva poucos anos depois do casamento, o qual, segundo consta, se realizou quando já tinha mais de trinta anos.

Depois do falecimento do marido, Joaquina Lacerda abandonou a poesia, praticamente retirou-se da vida em sociedade e até mesmo das atividades culturais, deixando de publicar e dedicando-se, inteiramente, à educação da única filha que teve. Afirma Afonso Costa que a escritora mantinha, inédito, um grosso volume de todas as suas fases poéticas. Lastimavelmente, tal caderno deve ter-se perdido.

O poema que segue (ver Excertos) foi transcrito a partir de Afonso Costa. Longo, foi escrito em sua época de solteira e é cheio de revolta pela morte do Imperador Maximiliano I, no México, vítima da revolução vitoriosa de Juárez. Conforme Afonso Costa, à poetisa faltou maior conhecimento e análise das causas da revolução mexicana. Neste poema Joaquina Júlia demonstra interesse político, participação na sociedade bahiana e sua presença na imprensa.

Além do poema sobre a morte de Maximiliano, outra poesias de Joaquina Júlia demonstram essa preocupação com seu tempo, o que a diferencia das poetisas de então, mais dadas a arrebatamentos românticos. Seus versos aliam simplicidade de feitura a uma tristeza melancólica.