Verbete organizado
por:

Rosane Saint-Denis Salomoni

 



Lara de Lemos


Vida:

Natural de Porto Alegre, Lara Fallabrino Sanz Chibelli de Lemos, foi criada pela avó em Caxias do Sul, tendo ficado órfã, de pai e de mãe, aos cinco anos de idade. Formou-se em História, Geografia, Pedagogia, Jornalismo e Direito, com especialização em Literatura Inglesa e Contemporânea pela Southern Methodist University, Usa. Atuou como professora, tradutora, poeta e jornalista, de forma intensa e combativa, sofrendo as conseqüências do regime militar imposto ao povo brasileiro em 1964, que a obrigou a interromper a carreira jornalística, tendo, inclusive, seu primeiro marido sido preso e, posteriormente, seus dois filhos.

Mudou-se para o Rio de Janeiro onde trabalhou em diversos setores do MEC, foi assistente do professor João Batista da Costa , titular da cadeira de Economia Política da Faculdade Cândido Mendes na mesma cidade. Participou de várias antologias sobre poetas modernistas, ganhou prêmios literários ( Prêmio Sagol ( 1957) pelo então inédito POÇO DAS ÁGUAS VIVAS, novamente premiado em 1990 com o Prêmio Nacional de Poesia Menotti del Picchia, do Instituto Nacional do Livro por sua obra AURA AMARA ( 1968), ). Depois de aposentada fixou residência em Nova Friburgo, RJ.

Como contista estreou em 1955, na Revista do Globo ( "Homem no bar" e "Mulher Só"). Na poesia, sua estréia foi com a obra POÇO DAS ÁGUAS VIVAS (1957), de características fortemente subjetivas, de indagações de si mesma, da busca do espaço e da individualidade de uma mulher. A partir de CANTO BREVE (1962), volta-se para uma lírica de cunho social, de experimentação ( poema-processo), de investigação da palavra e da forma, que a determinam uma poeta de vanguarda consciente do seu fazer literário que diz: Escrevi sobre a areia/ não edifiquei sobre pedra./Sei, a rocha é eterna,/ breve meu poema. ( Transitório- em Águas da memória – 1990). Sua última produção é DIVIDENDOS DO TEMPO, de 1995, em cuja apresentação, Maria da Glória Bordini ressalta: "Obra de uma poeta arredia, avessa à notoriedade, feliz associação de mulher política e lírica, este volume revisa uma carreira de 40 anos, inédita nas letras brasileiras."( Porto Alegre, LPM, 1995)