Verbete organizado
por:

Zahidé L. Muzart

 



Maria Josefa Barreto

 

Vida:

Maria Josefa Barreto Pereira Pinto (Viamão, aprox.1786/88 - Porto Alegre, 9/11/1837 ), filha de Ana Matildes da Silveira, foi exposta em casa de Teodósio Rodrigues de Carvalho, que a adotou e deixou-lhe toda a herança.

Casa-se em Rio Pardo, em 1800, com Manuel Inácio Pereira Pinto, primeiro carcereiro da cadeia de Porto Alegre que, tendo deixado escapar um preso, responde processo e é condenado, desaparecendo para sempre e deixando Maria Josefa sozinha com dois filhos.

Conforme Guilhermino Cesar, Maria Josefa foi, apesar de politicamente conservadora e anti-farroupilha, uma feminista avant la lettre: professora, abriu uma escola primária mista em Porto Alegre; jornalista engajada, fundou dois jornais - Belona Irada contra os Sectários de Momo e Idade d’Ouro, ambos de 1883, partidários do Caramuru e bastante polêmicos -; poetisa e repentista, escreveu muitos Elogios dramáticos e várias poesias de nuance árcade. Segundo Guilhermino Cesar, "política e literatura, exasperação romântica e ideologia - eis a dieta gorda dessa mulher que foi também adversária dos Farrapos e contra eles manejou a pena"..

Maria Josefa faleceu em 9 de novembro de 1837, em pleno período revolucionário, com Porto Alegre tomada pelos legalistas e cercada pelos farroupilhas. Foi , acima de tudo, uma batalhadora incansável por suas idéias políticas.