pintora, desenhista
e, sob o pseudônimo de Sílvia, poetisa desde a infância.Filha
do cirurgião e professor de Medicina Dr. Antônio
José Alves e de Clélia Brasília de Castro
Alves, casou-se com o jornalista e político baiano Augusto
Álvares Guimarães, com quem teve uma filha, a poetisa
Glória de Castro Alves Guimarães.
Nobre de espírito
e distinta em suas maneiras, conforme Wanderley Pinho, Adelaide
manteve, enquanto casada, em seu conhecido "palacete da Soledade",
saraus intelectuais que reuniram, dentre as famílias mais
burguesas e educadas do Segundo Reinado, importantes personalidades
brasileiras como Rui Barbosa e o irmão Castro Alves.Marcada
pela sombra de homens ilustres: primeiro a do idolatrado e famoso
irmão, o "poeta dos escravos" - que deve a ela o cultivo
de sua memória e a conservação de seu acervo
e seus manuscritos inéditos - e, em seguida, a do marido,
intelectual e jornalista respeitado, também abolicionista,
Adelaide cumpriu a sina de muitas mulheres do século XIX,
que, imbuídas da "sagrada missão de mães
e esposas", dedicaram-se à glória dos homens de
suas famílias.De fato, em detrimento dos seus, a poetisa
esqueceu-se de si própria e de seu talento, vivendo num
ineditismo quase absoluto. Somente neste século, com o
incentivo da filha e poetisa Regina Glória de Castro Alves
Guimarães, ela vem a publicar seus poemas.
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