POEMAS
Minha ambição
Para a vil ambição de ter dinheiro
o peito tive sempre bem fechado;
mas por não possuí-lo é
que não gozo
o que tenho no mundo desejado.
Do saber a vontade em mim reside,
mas não quero do luxo a ostentação;
se penso em ilustrar meu pobre nome,
da vaidade está longe o coração.
Se anelo as glórias que o estudo alcança,
não invejo dos grandes a riqueza;
e se ambiciono os louros do saber,
detesto as opulências da grandeza.
Se inda tenho esperanças de estudar,
de ganhar pra meu nome ilustração,
não penso um só momento em conquistar
por meio da riqueza - posição.
Chácara do Feliz Retiro, 15 de julho
de 1876.
Barão de Batovi
Caíste, nobre vítima, imolada
À vindita odienta de um tirano!
Eras valente, sim; mas justo e humano,
Devias atrair o seu rancor.
Que importava que a farda imaculada
Que te abrigava o peito nobre e lhano,
Atestasse da Pátria o veterano,
Seus serviços, seu brio, seu valor?
Não quiseste servir o despotismo,
Secundando-lhe os planos opressores,
Mareando os galões de tua farda.
Tiveste da justiça o heroísmo,
Deu-te o tirano a morte dos traidores,
Mas o teu nome honrado a História guarda!