Verbete organizado
por:

Zahidé L. Muzart

 



Ana Aurora do Amaral Lisboa


Vida:


Escritora gaúcha, Ana Aurora do Amaral Lisboa (Rio Pardo, 24/09/1860 - 22/03/1951), trabalhou durante toda a vida como
educadora e

defensora da justiça, da honra, da liberdade de pensamento e dos direitos da mulher, optando também pela ativa participação na vida cultural e política de sua comunidade.

Filha de Joaquim Pedro da Silva Lisboa e de D. Maria Carlota do Amaral Sarmento Mena. Fez os estudos primários em escolas de Rio Pardo e, com o consentimento do pai, saiu de casa para estudar em Porto Alegre, formando-se em 1881, na Escola Normal da Província de São Pedro, com láurea, tendo obtido o prêmio Nota Distinção, por mérito. Depois de formada e concursada, lecionou no distrito de Couto, perto de Rio Pardo, por quatro anos. Promovida, passou a ensinar em Rio Pardo, de onde seria transferida para Vila Rica (hoje, Júlio de Castilhos), contra a sua vontade e nitidamente por perseguição política, coisa muito comum naquela época.

Altiva, franca, intransigente e audaz, sempre lutou contra as injustiças, pelo direito de manifestar suas opiniões e por seus ideais pedagógicos. Foi o ensino que motivou toda a sua vida: para ensinar, escreveu peças para teatro infantil e ensinou às crianças a representá-las, desenvolvendo maior sociabilidade na infância.

Pioneira, fundou também um curso noturno para adultos, ministrando aulas de alfabetização gratuitas - uma grande novidade para a época.

Politicamente revolucionária, fez também uma poesia guerreira, como pode-se perceber em todos os poemas da coletânea Preitos à liberdade, por exemplo, em que transparece o tom injustiçado de sua lírica.

Segundo Walter Spalding, "o que caracteriza o livro Preitos à liberdade é a insistência com que ataca a memória de Floriano Peixoto, dedicando-lhe nada menos de cinco poesias que foram, todas, publicadas, ano por ano, na data aniversária de seu falecimento."

As idéias de Ana Aurora do Amaral Lisboa podem ser melhor compreendidas a partir das muitas crônicas que escreveu e publicou na imprensa do Rio Grande do Sul.

Ana Aurora viveu muitos anos, estimada e respeitada em sua cidade natal. aleceu aos 91 anos de longa, laboriosa e produtiva vida.