defensora
da justiça, da honra, da liberdade de pensamento e dos
direitos da mulher, optando também pela ativa participação
na vida cultural e política de sua comunidade.
Filha
de Joaquim Pedro da Silva Lisboa e de D. Maria Carlota do Amaral
Sarmento Mena. Fez os estudos primários em escolas de Rio
Pardo e, com o consentimento do pai, saiu de casa para estudar
em Porto Alegre, formando-se em 1881, na Escola Normal da Província
de São Pedro, com láurea, tendo obtido o prêmio
Nota Distinção, por mérito. Depois de
formada e concursada, lecionou no distrito de Couto, perto de
Rio Pardo, por quatro anos. Promovida, passou a ensinar em Rio
Pardo, de onde seria transferida para Vila Rica (hoje, Júlio
de Castilhos), contra a sua vontade e nitidamente por perseguição
política, coisa muito comum naquela época.
Altiva,
franca, intransigente e audaz, sempre lutou contra as injustiças,
pelo direito de manifestar suas opiniões e por seus ideais
pedagógicos. Foi o ensino que motivou toda a sua vida:
para ensinar, escreveu peças para teatro infantil e ensinou
às crianças a representá-las, desenvolvendo
maior sociabilidade na infância.
Pioneira,
fundou também um curso noturno para adultos, ministrando
aulas de alfabetização gratuitas - uma grande novidade
para a época.
Politicamente
revolucionária, fez também uma poesia guerreira,
como pode-se perceber em todos os poemas da coletânea Preitos
à liberdade, por exemplo, em que transparece o tom
injustiçado de sua lírica.
Segundo
Walter Spalding, "o que caracteriza o livro Preitos à liberdade
é a insistência com que ataca a memória de
Floriano Peixoto, dedicando-lhe nada menos de cinco poesias que
foram, todas, publicadas, ano por ano, na data aniversária
de seu falecimento."
As idéias
de Ana Aurora do Amaral Lisboa podem ser melhor compreendidas
a partir das muitas crônicas que escreveu e publicou na
imprensa do Rio Grande do Sul.
Ana Aurora
viveu muitos anos, estimada e respeitada em sua cidade natal.
aleceu aos 91 anos de longa, laboriosa e produtiva vida.
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