Verbete organizado
por:

Zahidé L. Muzart

 



Ana Luísa de Azevedo Castro

 

Vida:

Ana Luísa de Azevedo Castro (São Francisco do Sul, 1823 - Rio de Janeiro, 22/01/1869) foi romancista, poetisa, professora, diretora escolar e membro da Sociedade Ensaios Literários, para cuja revista escreveu.

Em o "Discurso", assinado por D. Ana Castro, na Revista Mensal da agremiação, pode-se perceber uma intelectual com opiniões próprias sobre a posição da mulher no mundo, advogando o acesso à educação para as moças.

Em 1874, o crítico A. de Almeida, em longo artigo sobre a poesia de Júlia da Costa, detém-se sobre a relação "mulher/literatura" e cita muitos nomes de escritoras, conclamando a mulher para que escreva, para que estude, para que apareça. Entre as várias mulheres citadas, encontramos Indígena do Ipiranga e seu romance D. Narcisa de Vilar.

Este romance, escrito por Ana Castro sob tal pseudônimo, foi motivo de grandes equívocos historiográficos. Para alguns obra de "Narcisa Vilar", em notória confusão como título do romance, para outros de Ana Bárbara de Lóssio e Seilbitz (que só escreveu obras de forte cunho religioso), o livro foi publicado por Paula Brito, no Rio de Janeiro, em 1859. Antes, porém, à guisa dos folhetins românticos, foi seriado em capítulos, em A Marmota, jornal do Rio de Janeiro, de 13 de abril a 6 de julho de 1858. A autora, como tantas outras mulheres do século XIX, escondeu-se sob o pseudônimo Indígena do Ipiranga ao assinar tanto os capítulos do jornal quanto o livro que os enfeixa no ano seguinte.

D. Narcisa Vilar é um romance sobre a opressão da mulher pela família e pela sociedade e sobre a escravidão dos índios pelos colonizadores. Aliados, portanto, aparecem os temas de denúncia do machismo e do racismo. A escritora escolhe os oprimidos como sua principal temática: a mulher e o índio.

Seguem, nos Excertos, a reprodução do Prólogo do romance e do discurso de Ana Castro publicado na Revista Mensal da Sociedade Ensaios Literários, no Rio de Janeiro, em 1866.