Verbete organizado
por:

Zahidé L. Muzart


 

 

 



Gabriela de Andrada


Vida:

Gabriela Frederica de Andrada Dias Mesquita (Santos, 11/02/1852 – 21/07/1922) pertenceu a uma família de renome e tradição, sendo filha

do Conselheiro Martim Francisco e irmã de Martim Francisco Ribeiro de Andrada, figura de espírito observador e sarcástico em nossas letras. Casou-se e teve dois filhos com o poeta Teófilo Dias de Mesquita, sobrinho de Gonçalves Dias. De família pobre, Teófilo foi para o Rio de Janeiro, onde, a partir do casamento e do prestígio da família Andrada, seguiu a carreira política, chegando a deputado.

O grande tema da poetisa Gabriela, muito comum ao Barroco e ao Romantismo, é a fugacidade da vida e, em conseqüência, a crítica à ausênica do desejo na velhice e a interrogação acerca da morte, para ela um tenebroso e tormentoso mistério. O topos do ubi sunt, entrelaçado ao passado erotismo e ao desejo da morte freqüenta praticamente todos os poemas. Os temas da saudade e da solidão são também bastante frequentes.

Tendendo ao humor, à ironia e ao sarcasmo, a poesia de Gabriela de Andrada não se enquadra na temática da maioria das poetisas do século XIX. Fugindo dos excessos da imaginação romântica, a poetisa impõe a reflexão e o sentimento de realidade e, em poucos poemas publicados, traz um toque muito pessoal à poesia feminina do final do século, aliando o lirismo à crítica.