do Conselheiro Martim
Francisco e irmã de Martim Francisco Ribeiro de Andrada,
figura de espírito observador e sarcástico em nossas
letras. Casou-se e teve dois filhos com o poeta Teófilo
Dias de Mesquita, sobrinho de Gonçalves Dias. De família
pobre, Teófilo foi para o Rio de Janeiro, onde, a partir
do casamento e do prestígio da família Andrada,
seguiu a carreira política, chegando a deputado.
O grande tema
da poetisa Gabriela, muito comum ao Barroco e ao Romantismo, é
a fugacidade da vida e, em conseqüência, a crítica
à ausênica do desejo na velhice e a interrogação
acerca da morte, para ela um tenebroso e tormentoso mistério.
O topos do ubi sunt, entrelaçado ao passado erotismo
e ao desejo da morte freqüenta praticamente todos os poemas.
Os temas da saudade e da solidão são também
bastante frequentes.
Tendendo ao humor,
à ironia e ao sarcasmo, a poesia de Gabriela de Andrada
não se enquadra na temática da maioria das poetisas
do século XIX. Fugindo dos excessos da imaginação
romântica, a poetisa impõe a reflexão e o
sentimento de realidade e, em poucos poemas publicados, traz um
toque muito pessoal à poesia feminina do final do século,
aliando o lirismo à crítica.
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