José da Silveira Lopes, professor
e médico, depois Visconde de São Valentim, e de
D. Adelina Pereira Lopes. Mãe dos escritores Afonso Lopes
de Almeida, Albano Lopes de Almeida e Margarida Lopes de Almeida.
Viveu parte da infância em Campinas, S.P. Onde estreou sua
carreira de escritora, 1881, escrevendo na Gazeta de Campinas.
Desde cedo mostrou forte inclinação pelas letras,
embora no seu tempo de moça não fosse de bom-tom
nem do agrado dos pais, uma mulher dedicar-se à literatura.
Numa entrevista concedida a João do Rio entre 1904 e 1905,
confessou que adorava fazer versos, mas os fazia às escondidas.
Em 28/11/1887 casou-se com um jovem escritor português,
Filinto de Almeida, à época diretor da revista A
Semana, editada no Rio de Janeiro, que recebeu a colaboração
sistemática de Dona Júlia por vários anos.
Sua produção literária foi vasta, mais de
40 volumes abrangendo romances, contos, literatura infantil, teatro,
jornalismo, crônicas e obras didáticas. Em sua coluna
no jornal O País, durante mais de 30 anos, discutiu
variados assuntos e fez diversas campanhas em defesa da mulher.
Foi presidenta honorária da Legião da Mulher Brasileira,
sociedade criada em 1919; e participou das reuniões de
formação da Academia Brasileira de Letras, da qual
ficou excluída por ser do sexo feminino. Sua coletânea
de contos Ânsia Eterna, 1903, sofreu influência
de Guy de Maupassant e uma das suas crônicas veio a inspirar
Artur Azevedo ao escrever a peça O dote. Em colaboração
com Felinto de Almeida, seu marido, escreveu, em folhetim do Jornal
do Comércio seu último romance A casa verde,
1932, vindo a falecer dois anos depois, 30/05/1934, na cidade
do Rio de Janeiro.
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