Comendador Costa
Pereira, chefe do Partido Conservador. Viveu toda a vida na ilha
de São Francisco do Sul e ali faleceu.
Foi uma figura controvertida,
forte, decidida e à frente de seu tempo. Com o auxílio
do padre e escritor Joaquim Gomes de Oliveira Paiva, de Desterro,
publicou dois livros: Flores dispersas - 1ª série, e Flores
dispersas - 2ª série. Sob os pseudônimos de Sonhadora,
Americana e J.C. (entre outros), escreveu, além de poesia,
muitas crônicas-folhetins, que hoje chamaríamos de
crônicas sociais, analisando a moda e relatando festas.
Júlia da Costa
casou, em 1871, por conveniência e imposição
familiar, com um homem rico e trinta anos mais velho, mas amou
o poeta Benjamin Carvoliva, cinco anos mais novo. Correspondia-se
com ele quase que diariamente durante o namoro e, quando casada,
em segredo. Em uma das cartas, que eram colocadas em esconderijos
diversos, tais como o oco de uma velha árvore, Júlia
sugere que fujam os dois, mas quem foge é Carvolina perante
a ousadia da poetisa. Desiludida, Júlia passa a escrever,
febrilmente, poemas cada vez mais desesperançados e melancólicos,
começa a freqüentar mais e mais serões e festas,
pintar os cabelos de negro (em uma época em que somente
meretrizes e artistas o faziam), pintar o rosto e usar muitas
jóias, participar de campanhas políticas e publicar
em jornais e revistas, tornando-se uma lenda viva em sua pequena
cidade.
A solidão
se tornou cada vez maior depois da morte do Comendador, que a
habituara a receber catarinenses ilustres em banquetes e saraus
(num dos quais esteve presente o Visconde de Taunay). Viúva,
cansada das festas, fecha-se em casa com manias de perseguição.
Durante o tempo que permanece enclausurada, planeja escrever um
romance e, para tanto, confecciona painéis coloridos com
cenas campesinas, interiores de lar e paisagens inspiradoras que
espalha pelas paredes.
Nessa velhice solitária,
Júlia da Costa enlouquece e permanece fechada no casarão
por oito anos, dele só saindo para o cemitério.
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