Verbete organizado
por:

Sylvia P. Paixão

 



Narcisa Amália de Campos


Vida:

1852 - Nasce Narcisa Amália de Campos, a 3 de abril, em São João da Barra, Rio de Janeiro, filha do poeta Jácome de Campos e da

professora primária Narcisa Inácia de Campos.

1863 - Transfere-se para Resende com a família.

1866 - Casa-se com João Batista da Silveira, artista ambulante, de vida irregular, de quem se separa alguns anos mais tarde.

1872 - Publica seu primeiro e único livro de poesia, Nebulosas, que alcança grande repercussão nos meios literários. São poemas expressivos do Romantismo, que exaltam a natureza e a pátria e relembram a infância.

1874 - Publica Nelúmbia, contos.

Prefacia livro de Ezequiel Freire e é elogiada por Machado de Assis: "As flores do campo, volume de versos dado em 1874, tiveram a boa fortuna de trazer um prefácio devido à pena delicada e fina de D.Narcisa Amália, essa jovem e bela poetisa (...)".

1880 - Casa-se novamente, dessa vez com Francisco Cleto da Rocha, também chamado Rocha Padeiro, dono da "Padaria das Famílias", em Resende. Ajuda o marido nos primeiros anos, mas continua a receber os amigos literatos em sua casa. Frequentam seus saraus nomes famosos como Raimundo Correia, Luís Murat, Alfredo Sodré e, inclusive, o Imperador Pedro II, que por ocasião de sua visita a Resende, vai "visitar a sublime padeira, por estar ansioso por lhe provar... do pão espiritual", embora seja a poetisa fervorosa republicana abolicionista.

O segundo casamento também não dura muito e Narcisa é forçada a deixar a cidade que considerava sua terra, pressionada por campanha maledicente movida pelo marido enciumado.

No Rio de Janeiro, Narcisa Amália dedica-se ao magistério.

1884 - Em 13 de outubro funda um pequeno jornal quinzenal, o Gazetinha, suplemento do Tymburitá que tinha, como subtítulo, "folha dedicada ao belo sexo".

Narcisa Amália foi a primeira mulher a se profissionalizar como jornalista, alcançando projeção em todo o Brasil com seus artigos em favor da Abolição da Escravatura, em defesa da mulher e dos oprimidos em geral.

1924 - Morre Narcisa Amália, a 24 de junho, cega e paralítica, sendo seu corpo sepultado no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.