Maria Cândida de
Jesus Camargo

Vida:
Maria
Cândida de Jesus Camargo escreve para registrar a sua vivência
do cotidiano, capitalizando fatos, pensamentos, conservando e
eternizando momentos, procurando conter o escoar do tempo. Sua
obra é a história de uma aprendizagem. Aquela que conta alterna
evocações do passado com a reflexão, conseguindo imprimir ao
texto imagens da memória e trajetória de vida.
Há, em relação à linguagem, uma progressão histórica
do silêncio para a verbalização, o que se observa não só na
prática geral da linguagem como no discurso da ciência. Do século
XIX para cá, veio se acelerando a produção de linguagens e a
contenção do silêncio, sobejamente no campo do discurso
feminino. É hora das palavras se desdobrarem ilimitadamente em
palavras. Assim, quer se trate de dominação, quer se trate de
resistência, é pela historicidade inscrita no tecido textual,
que é possível apreender a presença/ausência desta escritora e
suas contemporâneas na identidade cultural brasileira.
Nascida em 6 de agosto de 1868, em Ponta Grossa, Paraná,
onde estudou, Maria Cândida de Jesus Camargo era filha de Cândido
Mendes Ribeiro Ferraz de Camargo e Maria Joaquina de Souza Castro
Camargo. Teve por mestres Alzira Braga dos Santos e o poeta
ponta-grossense Antonio Martins de Araújo (poeta dos bons,
registrado em “Vozes Campestres”). Foi aluna muito atenta.
Seja pelo contexto social e cultural em que vivia, seja
pelo dom e exemplo dos primeiros mestres, Maria Cândida
dedicou-se ao magistério público primário, tendo lecionado nos
municípios de Imbituva, Prudentópolis, Ponta Grossa e Jaguariaíva
onde fixou residência definitivamente. Aposentou-se em julho de
1919. Faleceu em Jaguariaíva em 11 de agosto de 1949.
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